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Sem picanha e sem cervejinha, Lula deve oferecer ao povo o consumo de produtos após o prazo de validade

“Nós vamos voltar a reunir a família no domingo e nós vamos fazer um churrasquinho e nós vamos comer uma fatia de picanha com uma gordurinha passada na farinha e tomar uma boa de uma cerveja gelada” (Luiz Inácio Lula da Silva, durante a última campanha eleitoral).

A frase, por lógico, acabou virando um deboche, mormente porque na mesa de Lula tem muita picanha, regada a cana. Farinha e boa cerveja gelada também não faltam!

Se alguém duvidar disso, é só resgatar a declaração que Lula fez em visita à sede da Embraer, em São José dos Campos (Estado de São Paulo), no dia 26 de abril de 2024. “Eu já estou comendo picanha com cerveja. Obviamente, quem não come picanha pode comer uma verdura saudável, plantada pela agricultura familiar”. Que tal?

Mas ouço uma voz bem longe perguntando: e porque na minha mesa não tem picanha? Identifico como sendo a de um eleitor que se sente enganado e, por evidente, não vou perder meu tempo explicando, até mesmo porque de nada adiantará. Darei o silêncio como resposta, prometendo rezar por dias melhores, que, no caso da picanha, o iludido deverá insistir que vai chegar.

Never argue with stupid people, they will drag you down to their level and then beat you with experience” (Nunca discuta com gente estúpida. Eles irão te arrastar para o baixo nível e te derrotar pela experiência que têm).

De verdadeiro temos o fato de que no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a picanha prometida alcançou o seu preço mais alto dos últimos 18 anos, isso no Estado de São Paulo (levantamento do portal Poder360). No mês de novembro do ano passado (2024) o valor médio do quilo da picanha alcançou R$ 77,44, significando um aumento de R$ 9,77, se compararmos com o final do ano de 2023, quando o preço era R$ 67,67.

E o que fazer? Quanto a picanha ainda não surgiu nenhuma mágica (pelo menos até a próxima eleição)! Já para diminuir os preços dos alimentos, há uma opção que está sendo estudada pelo governo federal.

É que o setor varejista fez uma proposta que o governo Lula deve aceitar, que seria a de vender produtos fora da validade como medida para baratear alimentos (Best Before), o que já acontece em vários países objetivando reduzir o desperdício dos alimentos e baratear preços, eis que, há diferença entre segurança alimentar e qualidade. Explica-se: existem produtos perecíveis que não podem ser consumidos após a data de validade, por colocar em risco até a vida do consumidor, como carnes ou iogurtes. No entanto, tem outros que fora da validade apresentam, apenas, perda de sabor ou de textura após a data final estipulada para o consumo, mas não há risco para a saúde (arroz, macarrão, biscoitos, etc.). É para esse tipo de produto que seria adotada a venda fora da validade.

Cabe o registro de que o desespero de Lula e sua equipe, que tentam a todo custo encontrar alternativas, ocorre porque o aumento dos preços dos alimentos impacta mais a classe baixa, eis que os mais pobres consomem sua renda, efetivamente, com alimentação, tarifas de água, luz e gás (habitação) e transporte público.

Ouço novamente a voz do eleitor me chamando, para afirmar que, enfim, a picanha chegou. Dessa vez eu que faço a indagação: não é abóbora? Vem logo a resposta: Não! Pergunto novamente: e aí, estava saborosa? Logo escuto: Não! Estava podre!

Oremos! Ou vocês acham que o brasileiro não vai vender carne fora do prazo ideal de validade, se o governo adotar o best before?

O advogado Alex Ferreira Borralho escreve, todo sábado, sobre temas atuais no Jornal Pequeno, sendo este o artigo publicado no dia 25.01.2025.

Alex Ferreira Borralho

Alex Ferreira Borralho é advogado e exerce suas atividades advocatícias, principalmente, nas áreas cível e criminal. Idealizou o Instagram Direito em Ordem em 03.01.2022, criando um canal de informações que busca transmitir noticias relevantes de forma sucinta, de entendimento imediato e de grande importância para a sociedade, o que foi ampliado com publicações de artigos semanais no Jornal Pequeno, todos os sábados e nos mais variados meios de comunicação. Esse canal agora é amplificado com a criação do site Direito e Ordem, que deverá pautar, especialmente, os acontecimentos do Poder Judiciário do estado do Maranhão, levando, ainda, ao conhecimento de todos informações sobre episódios diários no âmbito dos tribunais, dos escritórios de advocacia e do meio político e social.
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