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Receio de quebra de sigilo telefônico e das análises dos documentos apreendidos apavoram o Judiciário Maranhense

Fontes ouvidas pelo site Direito e Ordem e que tiveram contatos com os alvos principais da “Operação 18 minutos”, informam que o receio da quebra de sigilo telefônico dos investigados e a análise de documentos apreendidos, causam verdadeiro pânico entre alguns juízes e desembargadores.

Tal medida foi materializada pelo ministro João Otávio de Noronha do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou “a expedição de novos ofícios à Apple e ao Google, nos termos do item b da manifestação da Polícia Federal de fls. 893-894, e a expedição de novo ofício ao WhatsApp de acordo com a representação da autoridade policial de fls. 895-896”,  autorizando ainda “o acesso, para análise, ao conteúdo dos aparelhos eletrônicos apreendidos, sobretudo aos dados, informações e a todos os tipos de registros neles contidos e/ou armazenados na “nuvem”, através de quaisquer serviços utilizados, notadamente com relação aos aparelhos de telefonia celular, franqueando que esse acesso ocorra inclusive no local das buscas.”

O receio é maior em relação aos integrantes de determinado escritório advocatício, que no local de sua sede teve a medida de busca apreensão mais demorada realizada pelos agentes da Policia Federal, estes que, inclusive, resgataram um aparelho celular “descartado” por determinado causídico.

Inúmeras mensagens e documentos físicos indicativos de associações entre investigados e que denotariam corrupção e ocultação de bens já estão sendo analisados pela Polícia Federal e devem produzir material substancial para embasar novas operações que vão atingir autoridades maranhenses (em especial do Judiciário), devendo levar a novas investidas do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

No entanto, procedimentos administrativos deflagrados pelo CNJ devem selar o destino dos magistrados investigados, isso de forma bastante célere, ensejando, segundo informações, debates sobre formalizações de pedidos de cassações de aposentadoria pelo Ministério Público Federal, no momento oportuno. A tática a ser adotada agora, portanto, é a de punir logo, de forma implacável, todos os juízes o mais rápido possível, sem ter como parâmetro a longa espera da tramitação criminal inerente as ações penais, que certamente serão deflagradas e que não deve poupar nenhum dos investigados.

Em Brasília (DF) o clima continua sendo de perplexidade e autoridades não deixam de demonstrar desconforto até mesmo com advogados dos investigados, que cumprem com as suas funções, neste momento restritas a implementações de petições com pedidos de acesso ao Inquérito, o que foi permitido pelo mencionado ministro de maneira extremamente limitada e por motivos processuais que este site não revelará.

A “Operação 18 minutos” também colocou em voga a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo então senador Flávio Dino, que tem como objetivo acabar com a aposentadoria compulsória de juízes, promotores e militares que cometeram infrações disciplinares graves.

Referência: Pedido de Quebra de Sigilo de Dados e/ou Telefônico de nº 190-DF (2023/0218033-2), em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Alex Ferreira Borralho

Alex Ferreira Borralho é advogado e exerce suas atividades advocatícias, principalmente, nas áreas cível e criminal. Idealizou o Instagram Direito em Ordem em 03.01.2022, criando um canal de informações que busca transmitir noticias relevantes de forma sucinta, de entendimento imediato e de grande importância para a sociedade, o que foi ampliado com publicações de artigos semanais no Jornal Pequeno, todos os sábados e nos mais variados meios de comunicação. Esse canal agora é amplificado com a criação do site Direito e Ordem, que deverá pautar, especialmente, os acontecimentos do Poder Judiciário do estado do Maranhão, levando, ainda, ao conhecimento de todos informações sobre episódios diários no âmbito dos tribunais, dos escritórios de advocacia e do meio político e social.
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